A dermatite atópica em crianças é uma condição comum, mas que pode ser muito desconfortável e preocupante para os pais.
Neste conteúdo vamos explorar o que é a dermatite atópica, como ela se manifesta, como é diagnosticada e tratada, e quais cuidados devem ser tomados para prevenir novas manifestações. Continue conosco nessa leitura!
O que é, causas e como a dermatite atópica se manifesta!
A dermatite atópica, também conhecida como eczema atópico, é uma condição inflamatória crônica da pele que é particularmente comum em crianças, embora também possa ocorrer em adultos. Caracteriza-se por pele seca, vermelha e coceira na região, podendo evoluir para uma aparência grossa e escamosa.
A causa exata da dermatite atópica ainda é desconhecida, mas acredita-se que seja uma combinação de fatores genéticos, imunológicos e ambientais. Algumas crianças podem ter uma predisposição genética para a condição, especialmente se houver um histórico familiar de dermatite ou outras condições alérgicas, como asma ou rinite alérgica.
Fatores ambientais, como exposição a alérgenos, substâncias irritantes e mudanças climáticas, também podem desencadear ou agravar os sintomas da dermatite atópica. Além disso, alguns estudos sugerem que alterações na barreira da pele e no sistema imunológico podem ter um papel no desenvolvimento da condição.
A doença pode se manifestar em qualquer parte do corpo, mas é mais comum no rosto, nas mãos, nos pés e nas dobras dos braços e pernas. Em alguns casos, a pele pode também formar bolhas que vazam líquido e, em seguida, formam crostas. A coceira pode ser intensa, especialmente à noite, e o ato de coçar pode levar a um ciclo de coceira e arranhões que agravam a condição.
É importante ressaltar que a aparência e os sintomas da dermatite atópica podem variar significativamente de uma criança para outra, e a condição pode ter períodos de melhora e piora.
Diferença entre dermatite atópica em adultos e crianças
Embora a
dermatite atópica possa afetar indivíduos de todas as idades, existem algumas diferenças notáveis na forma como a condição se apresenta em adultos e crianças.
- Local das Lesões: Em crianças, particularmente em bebês, as lesões de dermatite atópica costumam aparecer no rosto, especialmente nas bochechas. À medida que as crianças crescem, as erupções tendem a se concentrar mais nas dobras dos braços e pernas. Em contrapartida, os adultos com dermatite atópica geralmente têm lesões nas mãos e pés, nas dobras dos braços e pernas, e podem também ter envolvimento do rosto e do pescoço.
- Padrão de Sintomas: As crianças com dermatite atópica frequentemente passam por períodos de melhora e piora dos sintomas, conhecidos como "flare-ups". Em adultos, a condição costuma ser mais persistente e menos propensa a períodos de remissão.
- Impacto Psicológico: Tanto em crianças quanto em adultos, a dermatite atópica pode ter um impacto psicológico significativo, incluindo problemas de autoestima e ansiedade. No entanto, os adultos podem também enfrentar desafios adicionais, como estresse no trabalho e impacto nas relações sociais e íntimas.
- Tratamento: O tratamento da dermatite atópica pode variar dependendo da idade do paciente. Em crianças, o foco é frequentemente na hidratação da pele e no controle da coceira. Em adultos, o tratamento pode incluir esses aspectos, mas também pode envolver terapias mais complexas, como imunossupressores e fototerapia.
Assim, embora a dermatite atópica possa afetar tanto adultos quanto crianças, existem diferenças importantes na forma como a condição se manifesta e é tratada em diferentes faixas etárias. É importante que os cuidadores e os pacientes estejam cientes dessas diferenças para garantir que a condição seja gerenciada de forma eficaz.
Diagnóstico da dermatite atópica em crianças
O diagnóstico da dermatite atópica em crianças é geralmente baseado em uma combinação de histórico médico, exame físico e observação dos sintomas. Não há um teste específico para confirmar a condição, o que torna a avaliação clínica com o médico dermatologista ainda mais essencial.
- Histórico Médico: O médico irá investigar sobre o histórico de saúde da criança, incluindo quaisquer condições alérgicas existentes, como asma ou rinite alérgica. Também é importante discutir se há um histórico familiar de dermatite atópica ou outras condições alérgicas, uma vez que a condição tem uma forte predominância genética.
- Exame Físico: Durante o exame físico, o dermatologista irá examinar a pele da criança para identificar os sinais característicos da dermatite atópica. Isso pode incluir pele seca, vermelha e coçando, que pode se tornar grossa e escamosa em alguns casos.
- Observação dos Sintomas: A dermatite atópica é uma condição crônica que tende a ter períodos de melhora e piora. O médico irá observar a persistência dos sintomas e como eles afetam o dia a dia da criança. Isso pode incluir a intensidade da coceira, a frequência e a duração dos surtos, e qualquer impacto no sono ou nas atividades diárias.
- Em alguns casos, o especialista pode recomendar testes de alergia para identificar possíveis gatilhos ambientais que podem estar agravando a condição. No entanto, é importante ressaltar que a dermatite atópica não é causada por alergias, embora as alergias possam piorar os sintomas em algumas crianças.
Em suma, o diagnóstico da dermatite atópica em crianças é um processo que envolve uma avaliação cuidadosa dos sintomas, do histórico médico e do impacto da condição na vida diária da criança. É um processo que requer experiência e conhecimento, e é melhor realizado por um médico dermatologista experiente.
Como é o tratamento da Dermatite Atópica?
O tratamento da dermatite atópica em crianças é um processo abrangente e personalizado para cada paciente, com o objetivo de controlar os sintomas, prevenir novas manifestações e melhorar a qualidade de vida da criança. Embora a condição não tenha cura, os sintomas podem ser gerenciados de forma efetiva com o tratamento adequado.
- Cuidados com a Pele: O cuidado diário da pele é uma parte fundamental do tratamento da dermatite atópica. Isso envolve a hidratação regular da pele com cremes ou loções emolientes para ajudar a restaurar a barreira da pele e
reduzir a secura e a coceira. Banhos mornos e curtos com sabonetes suaves e sem fragrância também são recomendados.
- Medicamentos de Uso Tópico: Medicamentos de uso tópico, como corticosteroides e inibidores da calcineurina, podem ser prescritos para ajudar a reduzir a inflamação e a coceira. Estes são geralmente aplicados diretamente nas áreas afetadas da pele.
- Medicamentos de Uso Oral: Em casos mais graves ou persistentes, medicamentos orais, como anti-histamínicos para aliviar a coceira ou antibióticos para tratar infecções de pele secundárias, podem ser necessários.
- Terapias de Luz: A fototerapia, que envolve a exposição controlada à luz ultravioleta, pode ser usada em alguns casos para ajudar a reduzir a inflamação e melhorar a barreira da pele.
- Educação e Apoio: A educação sobre a condição e o apoio emocional são componentes essenciais do tratamento. Isso pode incluir o ensino às crianças e aos pais sobre como gerenciar a condição, evitar gatilhos e lidar com o impacto emocional da dermatite atópica.
É importante notar que o tratamento da dermatite atópica é um processo contínuo que requer monitoramento regular e ajustes no plano de tratamento conforme necessário. Trabalhar em estreita colaboração com o dermatologista é fundamental para gerenciar efetivamente a condição.
Cuidados e Prevenção
A gestão eficaz da dermatite atópica em crianças vai além do tratamento médico. Existem várias medidas de cuidado e prevenção que podem ser tomadas para ajudar a controlar os sintomas e prevenir surtos.
- Hidratação da Pele: Manter a pele da criança bem hidratada é fundamental para o manejo da dermatite atópica. Isso pode ser feito através do uso regular de emolientes, que ajudam a reter a umidade na pele e a restaurar a barreira cutânea.
- Evitar Gatilhos: Identificar e evitar os gatilhos da dermatite atópica pode ajudar a prevenir surtos. Isso pode incluir certos alimentos, alérgenos ambientais, como pólen ou ácaros da poeira, e irritantes, como sabonetes e detergentes fortes.
- Cuidado com as Unhas: Manter as unhas da criança curtas e limpas pode ajudar a prevenir a infecção da pele causada por arranhões. Se a coceira for intensa, especialmente à noite, pode ser útil fazer a criança usar luvas de algodão para dormir.
- Gerenciamento do Estresse: O estresse e a ansiedade podem desencadear ou agravar os surtos de dermatite atópica. Técnicas de gerenciamento de estresse, como técnicas de relaxamento ou
terapia cognitivo-comportamental, podem ser úteis para algumas crianças.
- Acompanhamento Médico Regular: A dermatite atópica é uma condição crônica que requer acompanhamento regular com um médico ou dermatologista. Isso permite que o plano de tratamento seja ajustado conforme necessário e que quaisquer complicações sejam tratadas prontamente.
Quando procurar ajuda médica?
Existem certas situações em que é especialmente importante procurar ajuda médica.
- Sintomas Persistentes ou Piora: Se os sintomas da dermatite atópica persistirem apesar do uso de emolientes e outros cuidados com a pele, ou se os sintomas piorarem, é importante procurar ajuda médica. Isso pode indicar que o plano de tratamento atual não está funcionando e precisa ser ajustado.
- Sinais de Infecção: A pele com dermatite atópica é mais propensa a infecções. Se a pele da criança se tornar excessivamente vermelha, quente, inchada, ou se começar a liberar pus, é importante procurar atendimento médico imediatamente. Estes podem ser sinais de uma infecção bacteriana na pele, que requer tratamento com antibióticos.
- Impacto na Qualidade de Vida: Se a dermatite atópica estiver afetando significativamente a qualidade de vida da criança, como interferindo no sono, causando desconforto significativo, ou levando a problemas de comportamento ou desempenho escolar, é importante procurar ajuda.
Conte com a ajuda de um Médico Dermatologista
Pudemos notar que a dermatite atópica em crianças pode ser uma condição desafiadora para gerenciar, mas com o cuidado e tratamento adequados, é possível controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida da criança.
Se você tem alguma preocupação sobre a pele do seu filho,
agende uma consulta com a Dra. Gláucia, especialista em dermatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).